Governo da Colômbia inicia diálogo de paz com as Farc
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, anunciou a existência de "conversas exploratórias" com a guerrilha das Farc ( Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), numa tentativa histórica para acabar com os conflitos que assolam o país há mais de meio século.
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De acordo com a emissora de televisão, Telesur, o governo da Colômbia e as Farc assinaram um acordo em Havana, Cuba, para iniciar as negociações de paz. Durante um pronunciamento na televisão colombiana , Juan Manuel Santos disse que a reaproximação entre governo e Farc será feita, mas as operações militares não serão interrompidas. " Nós manteremos as operações e a presença militar sobre cada centímetro do território", disse o presidente. Esta é a primeira vez que o chefe de Estado colombiano, no poder desde 2010, confirmou as negociações com o movimento rebelde armado. " Desde o primeiro dia do meu governo eu respeitei a obrigação constitucional de obter a paz e nós iniciamos discussões com as Farc, para determinar o fim do conflito", afirmou Juan Manuel Santos, que lembrou que "os resultados dessa aproximação" serão conhecidos nos próximos dias.
As Farc contam com mais de 9200 combatentes e atua no território colombiano há 48 anos. As últimas negociações entre o governo colombiano e a guerrilha aconteceram em 2002, quando foram interrompidas devido às acusações das autoridades contra o governo rebelde, alegando as Farc de reforçarem suas bases em uma parte desmilitarizada da Colômbia. A declaração do presidente Juan Manuel Santos acontece dias depois dos jornais colombianos anunciarem uma reaproximação entre governo e Farc em um terreno neutro.
A negociação de paz entre o governo e a guerrilha é aprovada por uma grande maioria. Cerca de 74% dos colombianos aprovam os esforços para um possível diálogo de paz. "Eu acredito que tanto o governo quanto as Farc compreenderam que continuar a guerra não tem nenhum sentido", disse Daniel Garcia-Peña, ex-comissário para a paz no governo colombiano entre 1995 e 1998.
Outro sinal do avanço dos diálogos de paz vem do parlamento colombiano. O congresso aprovou em junho um projeto de reforma constitucional destinado a criar regras a serem aplicadas em caso de desmobilização por parte dos guerrilheiros.
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