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Estados Unidos/Déficit

Fracassa negociação sobre redução do déficit americano

Nesta segunda-feira, o comitê especial do Congresso para ajuste fiscal precisava chegar a um consenso para reduzir o déficit público do país. Qualquer plano tinha que ser divulgado para análise pelo menos 48 horas antes da votação, que deveria acontecer na quarta-feira. No entanto, a comissão divulgou um comunicado anunciando que a negociação fracassou.

Barack Obama promete reduzir o déficit fiscal com cortes automáticos.
Barack Obama promete reduzir o déficit fiscal com cortes automáticos. REUTERS/Kevin Lamarque
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“Depois de meses de trabalho duro e intensas discussões, nós chegamos à conclusão que não será possível anunciar um acordo bipartidário dentro do prazo”, anunciou por email o comitê especial do Congresso. O supercomitê foi criado em agosto através de um acordo de última hora entre republicanos e democratas como condição para que o teto da dívida do país fosse expandido e um possível calote fosse evitado. A esperança era de que os 12 membros da comissão – seis democratas e seis republicanos – concordassem com um plano para reduzir U$ 1,2 trilhão do déficit público durante a próxima década.

No entanto, eles não conseguiram chegar a um consenso sobre o aumento de impostos e reformas de programas sociais essenciais. Os democratas defendem o aumento de impostos para os americanos mais ricos, mas os republicanos rejeitam esta ideia. Por outro lado, os republicanos querem cortar gastos de programas públicos, incluindo o Medicare e o Medicaid, o que não agrada os democratas.

Depois do anúncio do fracasso, o presidente Barack Obama fez um pronunciamento e afirmou que de qualquer maneira o déficit fiscal será reduzido em pelo menos U$ 2,2 trilhões durante os próximos dez anos – parte desta quantia foi aprovada em agosto e a outra será gerada automaticamente com o fracasso do comitê.

Sem um acordo, estão previstos cortes automáticos no Departamento de Defesa e em programas domésticos que começam a valer em 2013. O secretário da Defesa, Leon Paneta, já alertou para “terríveis consequências” se novos cortes forem feitos em seu Departamento – que já foi enxugado em U$ 450 bilhões em agosto.

Alguns parlamentares já ameaçam tentar anular esses cortes. O presidente Barack Obama, entretanto, foi direto: “Eu vetarei qualquer esforço do Congresso para tentar cancelar os cortes automáticos”.

Para o presidente, este não é o fim do jogo. Ele afirmou que o Congresso ainda tem um ano para encontrar uma solução equilibrada e que nada impede os parlamentares de chegarem a um acordo nos próximos dias.

O comitê bipartidário também não fechou todas as portas: “Nós seguimos com esperança de que o Congresso possa encontrar um caminho para resolver este problema de uma maneira que seja boa para todos os americanos e para toda a nossa economia”, disse o comunicado.

A falha do supercomitê coloca lenha no jogo de acusações. No Capitólio, um partido aponta o dedo para o outro, e essas disputas se espalham para a arena eleitoral. Os pré-candidatos republicanos aproveitam o momento para culparem Obama. O presidente, por sua vez, se defende dizendo que em setembro enviou ao Congresso uma proposta “que reduziria o déficit em U$ 3 trilhões, cortando gastos, segurando o crescimento do Medicare e Medicaid e pedindo aos americanos mais ricos que paguem uma porção justa”.

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