Obama pressiona China sobre questão de direitos humanos
No segundo e último dia da Cúpula de Diálogo Econômico e Estratégico, realizada em Washington, o vice primeiro-ministro chinês Wang Qishan disse que o controle da inflação será a prioridade de seu governo. Barack Obama insistiu na questão dos direitos humanos na China, principalmente no que se refere à liberdade de expressão e de culto.
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De nossa correspondente em Pequim, Maria João Belchior
Do lado norte-americano, Timothy Geithner e Hillary Clinton lideram a equipe integrada também pelo vice-presidente Joe Biden. Primeira e segunda maiores economias do mundo, Estados Unidos e China têm uma relação cada vez mais próxima, mas Washington diz que é preciso não esquecer as diferenças.
Com três trilhões de dólares em reservas externas, Pequim é o maior comprador da dívida norte-americana. Na balança comercial a China continua a ter nos Estados Unidos um dos maiores mercados para os seus produtos. E Washington quer que o governo chinês deixe a economia nacional seguir o modelo de mercado liderado pela oferta e a procura, sem interferir de forma tão pesada.
A reavaliação da moeda chinesa, o yuan, é outra das exigências dos Estados Unidos. Mas o governo chinês só vai permitir uma reapreciação da moeda como forma de controlar a inflação interna. O primeiro diálogo estratégico foi em 2009.
A terceira cúpula acontece depois da visita que o presidente Hu Jintao fez a Washington em janeiro. Mas apesar do bom clima de diálogo, a questão dos direitos humanos continua a criar distâncias. Para a China a situação melhorou muito nos últimos anos e o conselheiro de Estado chinês deixou o convite para os americanos irem ver com os próprios olhos.
Mas apesar da retórica, Timothy Geithner e Hillary Clinton lembraram o perigo que correm ativistas, advogados, artistas e jornalistas na China, onde a liberdade de imprensa ou de expressão não são direitos garantidos.
Desaparecido há mais de um mês, o artista plástico Ai Wei wei é a mais recente polêmica à qual o governo chinês não quer responder. Ai Wei wei foi detido quando ia embarcar em avião para Hong Kong e está há um mês em local incerto.
O diálogo econômico estratégico termina nesta terça-feira em Washington. Este ano foi a primeira vez que altas figuras militares se juntaram ao encontro para terem conversações diretas a nível militar.
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