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África

Nigéria: 5 anos após rapto, 112 meninas continuam nas mãos do Boko Haram

Esse 14 de abril marca os cinco anos do sequestro na Nigéria de 276 adolescentes pelo grupo extremista Boko Haram. Das meninas capturadas em Chibok, 112 continuam detidas. As demais escaparam ou foram libertadas, mas estão traumatizadas até hoje.

Algumas das adolescentes que escaparam do Boko Haram, fotogradas na Nigéria em 2017
Algumas das adolescentes que escaparam do Boko Haram, fotogradas na Nigéria em 2017 AFP/Stefan Heunis
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As jovens foram capturadas em 2014 durante um ataque do Boko Haram em uma escola de Chibok, no nordeste da Nigéria. Logo após, 57 conseguiram escapar e outras 107 foram libertadas aos poucos, seja pelas Forças Armadas ou após negociações com os jihadistas.

O episódio ganhou repercussão internacional, com uma campanha pedindo a liberação das garotas. Na época, personalidades como a prêmio Nobel da Paz Malala ou a ex-primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, divulgaram mensagens nas redes sociais com o slogam #Bring Back Our Girls.

Cinco anos depois, os familiares não têm mais notícias das adolescentes detidas. Yakubu Nkeki, presidente do coletivo que representa as famílias das jovens, reclama da falta de transparência das autoridades locais sobre o avanço das discussões com os jihadistas. “É muito difícil, pois não temos nenhuma informação. Pedimos que o governo se esforce para tentar encontrá-las. Ou pelo menos que nos digam se elas ainda estão vivas. A tristeza e o traumatismo são tão grandes que muitos pais morreram desde o sequestro. Precisamos saber como andam as negociações”, desabafa.

Abuso sexual e síndrome de Estocolmo

A situação também é difícil para as adolescentes que conseguiram escapar ou que foram libertadas. Segundo os médicos que as acompanharam, muitas desenvolveram a síndrome de Estocolmo, que consiste em desenvolver uma forma de apego aos sequestradores. Algumas das garotas chegaram a resistir na hora de serem libertadas.

Entre as jovens que voltaram para casa, muitas tiveram dificuldade de se reintegrar em suas famílias. Além disso, várias foram abusadas sexualmente e algumas engravidaram durante o período em que estiveram em cativeiro.

Após quase dez anos de conflito na região, os rebeldes do grupo radical islâmico Boko Haram já mataram 27 mil pessoas na Nigéria. Os crimes se espalharam também nos arredores, com episódios de violência no Níger, Chade e Camarões.

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