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Terrorismo

“Ficamos mais de 12 horas escondidos”, conta refém de ataque terrorista em hotel do Quênia

Após um cerco que durou quase 20 horas, as forças de segurança quenianas conseguiram invadir o complexo hoteleiro de Nairóbi e abater os terroristas que ocupavam o local, mantendo centenas de pessoas em cativeiro desde terça-feira (16). A RFI entrevistou alguns reféns que contam como viveram o ataque, que terminou com pelo menos 14 mortos, entre eles estrangeiros.

Mais de 700 civis foram retirados do complexo hoteleiro controlado por terroristas.
Mais de 700 civis foram retirados do complexo hoteleiro controlado por terroristas. REUTERS/Thomas Mukoya
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O atentado foi reivindicado pelos radicais islâmicos somali Al-Shabab. O grupo afirma ter reagido em represália à transferência da embaixada dos Estados Unidos para Jerusalém.

De acordo com o chefe de polícia queniano, Joseph Boinnet, o ataque contra o complexo hoteleiro DusitD2 começou com uma forte explosão, seguida de disparos. A deflagração foi ouvida a mais de cinco quilômetros de distância.

“Primeiro ouvimos três fortes explosões e todo mundo começou a correr”, conta Ezra Kimondo, um dos reféns que saiu ileso. “A maioria das pessoas tentou ir para o térreo, mas começaram a atirar na gente e tivemos que dar meia-volta”, relata. Segundo ele, diante da impossibilidade de deixar o prédio, os reféns começaram a se esconder como podiam. “Alguns se trancaram nos banheiros e eu me refugiei com outro grupo em uma sala de reuniões. Ficamos em um canto meio escuro, em silêncio. Mais de 12 horas deitados no chão, escondidos, até que uma unidade de elite da polícia veio nos buscar”, disse Kimondo. 

A brigada antiterrorista chegou rapidamente ao local, mas demorou quase 20 horas para controlar a situação. Segundo o presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, "mais de 700 civis foram retirados do complexo desde o início do ataque até as primeiras horas da manhã" desta quarta-feira.

Mas antes de serem resgatados, muitos reféns não sabiam do que se tratava. “Reinou uma grande confusão, pois no começo não sabíamos se era um assalto”, conta a queniana Faith Chepsheshe. “Mas ouvimos tiros e explosões de granadas e logo entendemos que eram os Al-Shabab”, relata a jovem.

“Nós decidimos trancar as portas e nos escondemos embaixo das mesas”, conta Chepsheshe, que também passou cerca de 12 horas esperando para ser salva. “Quando vi os policiais, que nos tiraram de lá, me senti aliviada”, relembra, ainda em estado de choque. “Nunca pensei que algo assim pudesse acontecer comigo. O dia começou normalmente e, de repente, todo mundo começou a correr. Tudo passou pela minha cabeça. Pensei principalmente na minha vida, que poderia terminar ali, pois ouvíamos muitos tiros e explosões de granadas logo atrás da porta da sala onde estávamos escondidos”, relata a queniana.

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