Acessar o conteúdo principal
Winnie Mandela

África do Sul dá último adeus a Winnie Mandela, ícone polêmico da luta contra o apartheid

Milhares de pessoas aclamaram neste sábado (14) o caixão com o corpo de Winnie Mandela, ícone da luta contra o apartheid na África do Sul. Após 10 dias de luto nacional, o funeral foi organizado no "township" de Soweto.

Funeral de Winnie Mandela reuniu milhares de pessoas no estádio de Orlando
Funeral de Winnie Mandela reuniu milhares de pessoas no estádio de Orlando REUTERS/Siphiwe Sibeko
Publicidade

A cerimônia, realizada em um lotado estádio de Orlando, encerra o período de luto decretado em memória da ex-mulher de Nelson Mandela, morta em 2 de abril, aos 81 anos. O caixão foi recebido por milhares de pessoas que, com o punho em riste, entoaram uma canção de luta: "Não há ninguém como Winnie Mandela".

Vários líderes estrangeiros, entre eles os chefes de Estado congolês, Denis Sassou Nguesso, e namibiano, Hage Geingob, compareceram à cerimônia, na qual o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, pronunciou um discurso fúnebre qualificando Winnie de "muralha" contra o apartheid. Personalidades como Jesse Jackson, emblemático militante dos direitos civis nos Estados Unidos, ou ainda a modelo britânica Naomi Campbell, também assistiram ao funeral.

Após as cerimônias oficiais, o corpo foi enterrado no cemitério de Fourways, um bairro residencial de Johannesburgo, junto com uma de suas netas, morta em 2010.

Estádio de Orlando ficou lotado para o funeral de Winnie Mandela.
Estádio de Orlando ficou lotado para o funeral de Winnie Mandela. REUTERS/Mike Hutchings

Personagem controverso

A maioria dos 38 anos de casamento de Winnie com Nelson Mandela foi à distância, já que ele esteve preso por 27 anos, enquanto ela cuidava da família e tentava preservar o sonho político do marido. "Foi minha mãe que manteve viva a memória do meu pai", recordou sua filha mais velha, Zenani Mandela-Dlamini, entre os aplausos do público, diante do caixão coberto pela bandeira sul-africana e colocado no centro do estádio.

Glamurosa e resistente, Winnie desempenhou um papel importante na batalha contra a opressão dos negros na África do Sul e era adorada por boa parte da população. Durante a prisão do marido, ela fez uma campanha incansável pela sua libertação. Torturada e sujeita a repetidas prisões domiciliares, ela foi mantida sob vigilância e, em 1977, banida em uma cidade remota.

Em 1991, Winnie foi condenada por ordenar o sequestro de Stompie Moeketsi, um garoto de 14 anos, que foi espancado e depois teve sua garganta cortada por membros de sua guarda pessoal em 1989. Ela e Mandela se separaram em 1992 e sua reputação sofreu um novo baque quando ele a demitiu de seu gabinete em 1995, após alegações de corrupção. O casal se divorciou um ano depois. Em 2003, ela foi considerada culpada de roubo e fraude em empréstimos bancários.

(Com informações da AFP)

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.