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Livro "A Árvore Oca” nos faz refletir sobre as nossas buscas e escolhas

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Tendo como pano de fundo a cultura do vinho, o romance “A Árvore Oca”, de Maurício Vieira, nos faz viajar por vários continentes junto a Thomas, o personagem central e seu amor quase proibido pela bela angolana Marisol. (Para ouvir a entrevista com Maurício Vieira na íntegra, clique na foto acima)

O escritor Maurício Vieira
O escritor Maurício Vieira RFI
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Como um bom vinho, o livro faz com que nós não queiramos se separar dele antes da última gota, da última página. Em entrevista nos estúdios da RFI em Paris, Vieira explica que o romance surgiu após o nascimento de sua filha, agora com três anos de idade. “Foi um parto difícil, de urgência. Isso trouxe à tona tudo que era importante na minha vida. Das coisas que realmente ficaram, foram dois temas que se entrelaçaram nessa história, o amor e a liberdade.”

Junto ao personagem Thomas, nós acabamos fazendo também uma reflexão sobre a vida, sobre o que realmente estamos em busca, sobre a nossa essência. “É natural para todos nós percorrer esse caminho. Essas dúvidas nos atravessam e nos levam a diferentes caminhos”, explica Vieira.”

Nascido no interior de São Paulo, Maurício Vieira já morou em Portugal e agora vive entre Paris e Angola. Ele também morou nos Estados Unidos e achava que seus livros seriam escritos em inglês. “Foi morando justamente em Angola que a língua portuguesa foi me permeando. A forma de falar o português pelos angolanos foi me cativando e lentamente eu voltei para a minha língua materna.”

Ligação entre Angola e Brasil

Segundo o escritor angolano Pepetela, vencedor do prêmio Camões - o mais importante prêmio literário da língua portuguesa - a Angola considera o Brasil como o “irmão mais velho”, mas ele alega que essa admiração é de mão única. Os angolanos se interessam pelo Brasil, mas o contrário não ocorre. “A Angola conhece o Brasil de uma forma um pouco superficial, através das novelas. Mas talvez precise conhecer também ‘outros Brasis’ que existe no Brasil”, responde Vieira.

As árvores sempre tiveram muita representatividade na vida do escritor. Ele já lançou um livro de fotografias chamado “A árvore e a estrela”, um de poesia de título “Arvorecências” e agora o romance “A Árvore Oca”. “Foi algo que eu descobri há pouco tempo. O símbolo que nos remete à natureza, que nos entrelaça com a natureza, é a árvore. Em todas as culturas antigas existe o símbolo da árvore do mundo que liga o solo ao céu. Ela é o percurso para a ascensão. Eu acho que a minha obra tem como poética principal a lembrança deste forte símbolo.”

O poder do tempo

Em seu último capítulo, o livro “A Árvore Oca” fala sobre o poder do tempo. Que ele é uma página em branco. Mas será que todos nós podemos recomeçar, escrever novas histórias? Esse é o dilema de seu protagonista, que hesita entre o amor e a promessa de um ganho material tão sonhado por ele. “Eu gostaria de acreditar que todos temos essa liberdade. Mas, no caso de alguns personagens, sobretudo Marisol (o amor de Thomas), ela não teve essa liberdade. O Thomas, por ser francês, teve toda a liberdade do mundo, de escolher. Mas é preciso ler o livro para saber qual a escolha que ele fez.”

Lançamento

Maurício Vieira participa nesta quinta-feira (21), às 19 horas, de um encontro literário no Instituto Cultural Franco-brasileiro Alter Brasilis,em Paris - 2 rue de Turenne, Marais.

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