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Zimbábue

Vice destituído retorna ao Zimbábue, mas Mugabe tenta se manter no poder

O ex-vice-presidente do Zimbábue, Emmerson Mnangagwa, cuja destituição provocou um golpe militar, voltou ao país. Ele tenta se impor em meio às negociações sobre o futuro do presidente Robert Mugabe, retirado do cargo pelos militares, mas que ainda quer se manter no poder.

Robert Mugabe em sua primeira aparição pública após golpe militar, durante cerimônia de entrega de diplomas na capital do Zimbábue.
Robert Mugabe em sua primeira aparição pública após golpe militar, durante cerimônia de entrega de diplomas na capital do Zimbábue. REUTERS/Philimon Bulawayo
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Robert Mugabe fez nesta sexta-feira (17) sua primeira aparição pública desde o golpe militar desta semana. Ele compareceu a uma cerimônia de entrega de diplomas universitários na capital Harare. Na véspera, ele foi visto sorrindo numa foto feita durante uma reunião com o chefe do Estado-Maior, o general Constantino Chiwenga.

O presidente se reuniu com o chefe militar para discutir a crise no país. Durante o encontro de quinta-feira (16), que também contou com a participação de dois enviados especiais sul-africanos, Mugabe rejeitou a possibilidade de renunciar. Em um comunicado publicado pelos meios de comunicação públicos, o exército afirmou estar debatendo com o presidente Mugabe "sobre a próxima etapa".

Enquanto isso, Emmerson Mnangagwa, considerado até pouco tempo como sucessor de Mugabe, e que havia deixado o Zimbábue após sua destituição em 6 de novembro por "deslealdade" para com o presidente, voltou ao país. Durante o breve exílio, ele criticou duramente o chefe de Estado e sua esposa Grace, acusando-os de se considerarem "semideuses". O nome de Mnangagwa é um dos mais fortes para conduzir uma transição que encerraria o reinado de Mugabe, no poder há 37 anos.

"Mugabe deveria se aposentar"

"A melhor maneira [para o Exército] de aparentar legalidade seria Mugabe reconhecer Mnangagwa como vice-presidente e depois se aposentar", comentou o analista Derek Matyszak, do Instituto de Estudos de Segurança (ISS) de Pretória. De acordo com a Constituição do Zimbábue, em caso de destituição, morte ou impedimento do presidente para exercer suas funções, seu sucessor é o vice-presidente até que haja novas eleições.

Em Harare, a vida continua apesar do golpe militar. A circulação do trânsito era normal nesta sexta-feira e as lojas estavam abertas na capital, segundo jornalistas da AFP, embora o Exército continue bloqueando os acessos ao Parlamento e ao Supremo Tribunal. Os eleitores também continuavam a se registrar para votar nas eleições presidenciais e legislativas de 2018, nas quais Mugabe, em teoria, aspira a outro mandato de cinco anos.

(Com informações da AFP)

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