Eleitores vão às urnas escolher novo presidente de Angola
Mais de 9 milhões de eleitores escolhem nesta quarta-feira (23) o futuro chefe de Estado num ambiente de uma calma aparente. Entre os favoritos na corrida à presidência estão João Lourenço, do MPLA, partido no poder, Isaías Samakuva, da Unita, e Abel Chivikuvuku da CASA-CE, ambos da oposição. João Lourenço é dado como sendo o possível sucessor do atual presidente José Eduardo dos Santos.
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Com informações da enviada especial da RFI a Angola, Neidy Ribeiro
No entanto, nas sondagens realizadas durante a campanha eleitoral, o MPLA ganhava, mas perdia a maioria na Assembleia Nacional para a oposição. O presidente José Eduardo dos Santos encerrará seu mandato após ter ficado 38 anos no poder.
A Comissão Nacional Eleitoral de Angola constituiu 12.512 assembleias de voto, que incluem 25.873 mesas de voto. No total, há 9.317.294 eleitores em condições de votar.
O cabeça-de-lista pelo círculo nacional do partido ou coligação mais votado é automaticamente eleito presidente da república e chefe do executivo.
A Comissão Nacional de Eleições disse ontem à RFI que tudo estava preparado para o escrutínio, minimizando os problemas de irregularidades, principalmente no registro de eleitores que foram postos a votar a mil quilômetros de casa.
As urnas fecham às 18h locais (14h em Brasília) e os primeiros resultados devem ser conhecidos a partir das 19h30.
Petróleo em baixa
Após a queda vertiginosa dos preços do petróleo nos últimos anos, a economia foi um fator significativo nesta campanha.
No final da guerra civil, em 2002, Angola teve uma grande vantagem: a riqueza do petróleo, que permitiu a sua reconstrução.
Na capital Luanda e nas principais cidades do país, os arranha-céus floresceram, aumentando o crescimento que chegou a bater dois dígitos. E isso, até a queda dos preços do petróleo em 2014.
Quando o preço de um barril diminuiu pela metade, entre 2014 e 2016, Luanda perdeu metade dos fluxos de moeda estrangeira. Consequência: no mercado de câmbio informal, o kwanza, moeda local, também perdeu a metade do seu valor.
Com a crise do petróleo, o Estado ordenou cortes drásticos no orçamento. E, apesar de uma recuperação esperada dos preços do petróleo, as agências de rating estão revisando as classificações do país para baixo.
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