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Brasil-África

Brasileiro cria livro de histórias em países lusófonos com a palavra “púrpura”

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Uma única palavra, mas de significados diversos nos países de língua portuguesa, está na origem de uma obra que reuniu artistas de histórias em quadrinhos em torno de um projeto criado pelo jornalista brasileiro Pedro Cirne.  

Capa do livro "Púrpura" da editora do Sesi
Capa do livro "Púrpura" da editora do Sesi sesispeditora.com.br
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Filho de pai angolano, ele tinha uma avó portuguesa que morava no interior de Angola em 1952, cidade hoje conhecida como Moxico. “Minha avó contraiu uma doença chamada púrpura, que provoca manhas roxas pelo corpo. Ela parou de andar e recebeu extrema-unção em Moxico para morrer em Luanda. Depois recebeu outra extrema-unção em Portugal e ainda uma terceira. Mas depois descobriram a cura da doença e ela viveu por mais seis décadas”, conta.

Para homenagear a avó e a língua portuguesa ele pensou em uma obra a partir do nome da doença. No entanto, ao investigar a palavra púrpura, descobriu que ela tem oito significados diferentes, como o nome de um molusco ou da cor parecida com o lilás. Por isso, a ideia de escrever o mesmo número de histórias, ambientadas em cada um dos países lusófonos. “Eu queria aproximar os países por meio das histórias e dos quadrinhos”, disse em entrevista à Victor Matias, da Rádio França Internacional.

Surgiu então o projeto ilustrar as histórias em quadrinhos com artistas de horizontes distintos. Pedro Cirne recorreu ao site Conexão Lusófona onde escreveu um artigo para atrair interessados. O jornalista recebeu mais de 600 respostas, inclusive de pessoas de outros países apaixonadas pela língua portuguesa e que quiseram fazer parte da aventura literária.

Ele selecionou os cinco melhores trabalhos de cada país e junto com o artista gráfico Mário César, responsável pela ilustração final, definiu os que seriam publicados. “Para aproveitar os artistas no livro, fizemos uma capa de introdução para as oito histórias. Começamos por Portugal, que levou a língua portuguesa para outros lugares, com a capa assinada por um artista português. Depois vem São Tomé e Príncipe e assim por diante ”, revela.

Para desenvolver o livro, publicado pela editora do SESI-São Paulo, Pedro Cirne se inscreveu em uma Bolsa do Centro Nacional de Cultura de Portugal. Além do projeto “Púrpura”, a premiação também contemplou outra iniciativa do jornalista, o livro “Venha me ver enquanto estou viva”. Para publicar a obra, Cirne ainda aguarda a resposta de algumas editoras que se interessaram pelo trabalho.
 

 

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