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Brasil-África

Altos custos de voluntariado na África do Sul assustam brasileiros

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O continente africano é um dos destinos preferidos de quem procura fazer trabalho voluntário. Muitos brasileiros estão trocando suas férias na praia pela participação em projetos sociais e de preservação ambiental na África do Sul.

Voluntário alimenta leãozinho
Voluntário alimenta leãozinho Divulgação
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Amanda Lourenço, correspondente da RFI na África do Sul

Mas já se foi o tempo em que voluntariado signicava apenas doação de tempo e habilidades. Agora, na maioria das vezes, é preciso pôr a mão no bolso também.

Quem procura esse tipo de atividade no exterior acaba recorrendo a associações especializadas, que já têm todo um roteiro com opções pré-definidas. Porém muita gente fica surpresa com os custos dos programas, que podem sair mais caro do que um intercâmbio para estudar inglês, por exemplo.

Ana Flávia, carioca de 26 anos, vai ser voluntária na África do Sul e conta que ficou surpresa pesquisando os programas. "Quando entrei no site e comecei a ler tudo, fiquei impressionada. A gente tem uma agenda fixa e trabalha de verdade. O custo é bem acima do que buscamos para um trabalho voluntário. A gente espera que, em um trabalho voluntário, a pessoa ajude e tenha pelo menos alimentação e moradia incluídos. Você não espera que vá pagar", afirma.

As atividades que escolheu custam em torno de US$ 1.000 por semana, o equivalente a R$ 3.400 reais. Ela disse que ficou um pouco chocada com os custos, mas que não desistiu dos planos por causa disso.

Recursos são destinados à preservação

Earl Smith, da Volunteer Southern Africa, associação que organiza trabalhos voluntários na África do Sul, Botswana e Zimbabwe, explica os altos custos. "Algumas pessoas podem achar nossos programas de voluntariado caros, mas eles precisam entender que não estão vindo apenas de férias. Eles vêm para doar seu tempo e energia, e boa parte do dinheiro que gastam no programa, algo entre 50% e 60%, vai direto para a causa: cuidar dos animais, oferecer comida etc."

Ele diz que é muito caro manter santuários e reservas funcionando. "Não é apenas chegar e pagar por sua alimentação e hospedagem, tem muito mais coisa por trás."

Smith também argumenta que a possibilidade de ganhar dinheiro protegendo o meio ambiente é uma forma de incentivar a atividade e aumentar o interesse das pessoas em se enjagar na causa.

"O voluntariado torna a conservação sustentável. É muito difícil para associações arrecadar dinheiro protegendo animais. Então, como conseguir fundos que, no final, voltarão para a própria conservação? Voluntariado é a resposta. Os voluntários chegam, têm uma ótima experiência de vida e ainda permitem que a as pessoas por trás disso tenham a segurança de ter uma renda, sem precisar ficar pedindo dinheiro em todo lugar", conclui.

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