Idioma facilita integração de crianças refugiadas no Brasil
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Cada vez mais imigrantes africanos têm escolhido o Brasil como segunda pátria. Famílias inteiras tentam uma nova chance em nosso país e as crianças logo são escolarizadas. Mas como será o seu processo de integração? Foi isto que tentamos saber, visitando uma escola em uma comunidade no Rio de Janeiro.
Jonuel Gonçalves, especial para RFI Brasil
A comunidade de Jardim Catarina tem um nome bonito. De fato é uma favela do município fluminense de São Gonçalo. A sua escola está situada em zona de segurança oscilante, ou seja, ações do trafico e da policia são frequentes. Apesar disso, a escola funciona e assegura ensino fundamental a centenas de crianças.
Recentemente algumas famílias congolesas com o estatuto de refugiados instalaram-se na comunidade após o chefe de família ter conseguido emprego em locais mais ou menos afastados. Suas relações com os outros habitantes são normais, como se fossem pessoas vindas de outros Estados. E as crianças foram matriculadas na escola.
O seu conhecimento de português, sobretudo para as de mais baixa idade, é razoável. Ao contrário do que algumas delas dizem, não foi no Brasil que aprenderam as bases da língua. Foi em Angola por onde passaram muito tempo antes de vir para o Brasil
"Língua facilita integração e aprendizado", diz professora de crianças refugiadas
A professora Laís Quirino, da escola local, que tem alunas congolesas na sua turma, constata essa realidade linguística, assinalando como isso facilita a integração e aprendizado e deixa claro que para a escola é um desafio ao qual tem respondido com sucesso: a evolução das crianças é boa e sua interação com os colegas nacionais excelente.
O número geral de refugiados no Brasil é pequeno se comparado com países europeus, Turquia, África do Sul ou Estados Unidos. Mas é destino procurado ultimamente, sobretudo por haitianos e africanos. Entre eles, os angolanos têm representado o maior número e a chegada dos congoleses introduz um novo elemento estatístico, ainda que Angola represente uma etapa de trânsito para muitos destes recém-chegados. Etapa que permite entrar na língua portuguesa.
A escola de Jardim Catarina é um exemplo, entre outros, da ação do Brasil em relação aos refugiados africanos de baixa renda.
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