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Brasil-África

Brasil influencia internacionalização da literatura angolana

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As visitas de autores angolanos ao Brasil já são incontáveis e nós escolhemos dois dos que mais frequentam o Brasil para uma breve conversa centrada na atual internacionalização literária angolana: José Eduardo Agualusa e Lopito Feijóo.

O escritor angolano José Eduardo Agualusa, indicado para o Man Booker Prize de 2016.
O escritor angolano José Eduardo Agualusa, indicado para o Man Booker Prize de 2016. DR
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Jonuel Gonçalves, para a RFI

Modesto, Agualusa comentou a indicação da versão em inglês de seu livro "Teoria geral do esquecimento", lançado no Brasil pela Foz, em 2012, para o prestigiado prêmio britânico Man Booker Prize de 2016, na categoria de ficção. O jornalista, escritor e editor angolano lembrou que "por se tratar de uma ficção traduzida, os organizadores também reconhecem o trabalho do tradutor".

Agualusa sentiu-se mais à vontade para chamar a atenção para a qualidade dos concorrentes. Ele afirmou ter ficado satisfeito de figurar na lista do Booker ao lado do brasileiro Raduan Nassar, que concorre com "Um copo de cólera", da Companhia das Letras. E lembrou que Nassar só teve dois de seus romances traduzidos para o inglês há pouco tempo.

Já Lopito Feijóo sente que o Brasil está cada vez mais aberto à literatura angolana, por causa da crescente valorização das raízes afrobrasileiras.

Influências recíprocas entre autores angolanos e brasileiros

No final dos anos 1940, a literatura angolana reemergia após anos de letargia em larga medida provocada pela censura colonial portuguesa. Poesia e pequenos contos marcaram esse recomeço, limitado a pequenas publicações locais e, às vezes, até fotocópias entre amigos. Surgiu então uma grande exceção: a revista literária “Sul”, de Florianópolis, que publicou vários textos angolanos, inclusive de escritores que pouco depois se tornariam conhecidos, como Luandino Vieira, Viriato da Cruz e Antonio Cardoso.

Na década de 1960, uma editora brasileira publicou um dos primeiros romances angolanos de autoria de Manuel Lima, então envolvido na guerra pela independência. Mas foi a partir dos anos 1990 que a literatura angolana passou a ter edições regulares e muitos leitores no Brasil. Nomes como Pepetela, José Eduardo Agualusa, Ondjaki, Luandino, Ruy de Carvalho estão entre eles.

Ao mesmo tempo, ensaios literários brasileiros passaram a incluir a literatura de Angola, depois que professores fizeram viagens ao país africano para conhecer de perto as obras dos colegas lusófonos. Ao retornarem ao Brasil, esses professores introduziram o material recolhido em sala de aula.

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