A operação Lava Jato, que investiga o escândalo de corrupção na Petrobras, e seus desdobramentos são noticiados com detalhes nos Palop (Países de Língua Oficial Portuguesa). É uma tradição da mídia desses países acompanhar grandes acontecimentos do Brasil, seja nas áreas de política, economia ou esporte. Mas, no caso da Lava Jato há outras razões.
Jonuel Gonçalves, especial para RFI
A primeira é o fato de várias das empreiteiras envolvidas no caso estarem presentes, às vezes com contratos de grande volume, em países como Angola.
A segunda é que o PT e a política de Lula foram vistas como alternativa eficaz para os problemas da pobreza, em um período em que as relações do Brasil com a África conheceram um enorme crescimento.
As investigações e suspeitas da Lava Jato criam perplexidade no continente africano. Por um lado, relativizam a imagem anterior de Lula, e, por outro, ainda há bastante prestígio acumulado pelo ex-presidente. Isso transparece claramente nos depoimentos dos nossos colegas João Armando, de Angola e Waldir Araújo, da Guiné Bissau, ambos muito bem informados sobre o Brasil.
Enfim, um aspecto importante, não só nos Palop, mas até na África do Sul: as investigações no Brasil são vistas como exemplo a seguir em alguns países africanos, onde são comuns suspeitas de corrupção ou má gestão.
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