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Brasil-África

Português é idioma oficial de Moçambique, mas 90% da população prefere outras línguas

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 Em Moçambique, a língua portuguesa se tornou oficial logo após a independência, em 1975. Mas a maioria das pessoas continua a utilizar a língua que aprendeu em casa, a língua materna ou nacional, como chamam os moçambicanos.

Moçambicanos aprendem a língua falada em casa, a chamada língua materna ou nacional.
Moçambicanos aprendem a língua falada em casa, a chamada língua materna ou nacional. Flickr/ Carlos Matos/ creative commons
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Fábia Belém, correspondente da RFI Brasil em Maputo

A jornalista Celestina José, que nasceu na província de Manica, sabe bem o que é isso. “Na minha família falamos duas línguas nacionais: Cibalke e Cinyungwe”. Pelo catálogo, conhecido mundialmente como Ethnologue, Moçambique tem 43 línguas, incluindo o português e a língua de sinais. No entanto, o Núcleo de Estudos de Línguas Moçambicanas só reconheceu 22.

Língua da infância tem mais força

De acordo com o censo publicado em 2007, 25% da população declararam o Emakhuwa como língua materna, o que faz dela a mais falada no país. Já cerca de 90% dos moçambicanos não têm o português como língua materna.

Abenito Nhamucho é vendedor de frutas na capital, Maputo. Nasceu na província de Inhambane. Quando está com a família, fala a língua que aprendeu quando criança. “Em casa, com meu irmão, meu tio e meu sobrinho, falamos só a nossa língua materna.”

Segundo Celestina José, se um moçambicano vai estudar, trabalhar ou conviver com outros moçambicanos que falam uma língua nacional diferente, a tendência é sempre “a de aprender, para saber e não ficar excluída no grupo”.

Rádio Moçambique transmite em 21 línguas

Quando o assunto é diversidade linguística, a Rádio Moçambique aparece como um símbolo nacional. Criada em 1975, transmite a programação em português, inglês e em 19 línguas nacionais.

De acordo com o diretor de Emissões nas Línguas Moçambicanas da emissora, António Ndapassoa, à altura da independência nacional, o nível de analfabetismo no país chegava a 80%. “Era preciso assegurar o fluxo de informação, de comunicação para o restante dos habitantes”, afirma.

Os conteúdos da rádio são produzidos na sede, em Maputo, e nas outras dez redações instaladas nas províncias. “A informação, quando é produzida, é entregue aos profissionais das diferentes línguas, que fazem a tradução para cada uma das línguas daquele mesmo conteúdo”, explica o diretor.

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