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Mali/Terrorismo

Mali busca três supostos envolvidos em ataque no hotel Radisson Blu

O Mali, sob estado de emergência, busca ativamente neste sábado (21) três suspeitos de estarem envolvidos na sangrenta tomada de reféns em um hotel da capital ontem, reivindicada pelo grupo extremista argelino em cooperação com a Al Qaeda. No total, a ação dos radicais deixou 21 mortos e sete feridos.

Soldados do Mali patrulham as ruas da capital Bamako neste sábado (21) em busca de três suspeitos do atentado de ontem.
Soldados do Mali patrulham as ruas da capital Bamako neste sábado (21) em busca de três suspeitos do atentado de ontem. Reuters
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"Buscamos ativamente três suspeitos que poderiam estar envolvidos no ataque de sexta-feira ao hotel Radisson", afirmou neste sábado uma fonte de segurança local. A capital Bamako permanecerá em estado de emergência durante 10 dias. Já o luto oficial começa na segunda-feira (23) e vai até quarta-feira (25).

Em discurso à nação na noite de sexta-feira (20), o presidente malinês, Ibrahim Boubacar Keita, fez um balanço de 21 mortos e sete feridos. "O terrorismo não passará", garantiu após o ataque, cometido uma semana após os atentados de Paris, que deixaram 130 mortos.

Seis russos, três chineses, um norte-americano e um alto funcionário belga figuram entre as vítimas do ataque, que foi encerrado pelas forças especiais malinesas e estrangeiras. No estabelecimento, havia cidadãos de pelo menos 15 nacionalidades, entre eles 20 indianos e 15 franceses que saíram vivos.

Uma fonte militar do Mali informou anteriormente que havia ao menos 27 mortos entre os 170 hóspedes e funcionários que estavam no hotel Radisson Blu no momento do ataque, mas o número de vítimas foi corrigido. "Ao menos três terroristas morreram ou se detonaram", acrescentou.

Operação conjunta com a Al-Qaeda

O ataque foi reivindicado pelo grupo Al-Murabitun, do líder radical Mokhtar Belmokhtar. Em um comunicado publicado na internet, os extemistas explicaram que o ataque era uma operação conjunta com a Al-Qaeda no Magreb Islâmico. A Coordenação dos Movimentos de Azawad (CMA) e os grupos armados pró-governamentais também coordenaram o massacre.

O ataque ao Radisson Blu, frequentado por ocidentais, começou por volta das 5h locais desta sexta-feira (20). O grupo invadiu o estabelecimento ao mesmo tempo em que chegava um carro com placa diplomática, contra o qual abriram fogo. Depois, eles seguiram para os andares superiores.

Em relato à AFP por telefone, o cantor guineense Sékouba Bambino Diabaté, hospedado no local, contou que os agressores "falavam inglês entre eles". "Ouvi o primeiro tiro às 6h10 [4h10, no horário de Brasília]. Achei que fosse algo comum. Os tiros continuaram. Às 6h25 [horário local], eu me levantei. Não estava entendendo nada do que estava acontecendo do lado de fora", acrescentou.

Um turista da Costa do Marfim, Abdoulaye Sangaré, permaneceu várias horas confinado em seu quarto. "A espera foi longa. No início, ouvi disparos, barulhos de portas batendo e bombas. Mas depois ficou tudo calmo no meu andar. Explosões intermitentes dentro e fora do hotel podiam ser ouvidas. Houve momentos de silêncio e novas explosões", contou.

Progressos para a paz

De acordo com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o atentado foi perpetrado em um "momento em que se constatam progressos importantes no processo de paz" entre o governo e a ex-rebelião do norte do mali, signatários de um acordo de paz em maio e junho. Entre estes ex-insurgentes predominam os tuaregues.

Em 2013, a França liderou uma operação militar internacional, ainda em vigor, para rejeitar uma ofensiva jihadista e expulsar os grupos armados que ocupavam o norte do Mali. Há regiões que não estão sob controle das forças malinesas e estrangeiras.

Por um tempo, os ataques jihadistas se concentraram no norte. Desde o início de 2015, porém, foram-se espalhando para o centro e, a partir de junho, para o sul do país.

(Com informações da AFP)

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