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Leão Cecil/Zimbábue

Organizador de safári diz que caçador do leão Cecil é inocente

O caçador profissional Theo Bronkhorts, que participou da caça ao leão Cecil no Zimbábue, defendeu nesta sexta-feira (31) o dentista norte-americano que matou o animal. "Walter Palmer é totalmente inocente. Ele comprou um pacote legal de caça comigo. Eu organizei a expedição e nós matamos um leão que pensávamos que tinha passado da idade para se reproduzir", declarou.

O leão Cecil tinha 13 anos e se destacava por sua juba preta incomum.
O leão Cecil tinha 13 anos e se destacava por sua juba preta incomum. Screenshot via Youtube
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O organizador do safári disse que ele e Palmer ficaram perplexos quando, depois de matar o leão, perceberem que ele usava um colar de localização indicando que era um animal protegido. "Do meu ponto de vista, fizemos tudo dentro das regras. Não acho que faltei com nenhum de meus deveres."

Cecil, macho dominante do parque de 13 anos, se destacava por sua juba preta pouco comum e era alvo de uma pesquisa científica sobre a longevidade dos leões da universidade britânica de Oxford, que o equipou com um colar de localização.

Bronkhorst reclama ter recebido muitas ameaças de morte e nega que o animal tenha sido abatido dentro do parque de Hwange. "Ele estava a dois ou três quilômetros no interior na propriedade onde caçávamos e ele foi morto na primeira noite", disse, desmentindo a informação de que o bicho foi abatido depois de muitas horas de perseguição.

Pose para foto

O dentista norte-americano acusado de matar o leão Cecil, um dos mais famosos do Zimbábue, teria posado para uma foto após matar o animal. De acordo com Bronkhorts, a foto seria uma espécie de troféu para o dentista norte-americano Walter Palmer. "A imagem foi feita com a câmera do cliente, então eu não possuo essa foto. E se eu a tivesse, sinceramente, não a repassaria para ninguém", declarou.

Cecil era a vedete do parque nacional de Hwange, no Zimbábue, devido a sua juba preta. Ele foi encontrado morto há duas semanas fora da reserva, na fazenda Antoinette, dentro da reserva de Gwayi. A imprensa local divulgou que o leão foi decapitado e desmembrado.

Bronkhorst, um caçador profissional da empresa Bushman Safari, é suspeito de sacrificar o animal. Ele confirmou que Palmer pagou US$ 55 mil pela caçada.

Justiça

O tribunal de Hwange, competente para julgar o caso, apresentou acusações contra o operador do safári de caça Theo Bronkhorts, que antes era conhecido por sua profissionalismo. Ele foi acusado por "não ter impedido uma caça ilegal" e foi colocado em liberdade condicional até o início do julgamento, previsto para o dia 5 de agosto.

Honest Ndlovu, o proprietário da fazenda onde o leão foi caçado, provavelmente será acusado na próxima semana. Já o caçador americano, alvo dos militantes da causa animal em seu país, defendeu sua boa fé e manifestou seu arrependimento em um comunicado divulgado na terça-feira (28), sem dar sua versão dos fatos.

Segundo uma ONG do Zimbábue, o leão teria sido atraído para fora da reserva de Hwange, depois caçado, ferido com uma flecha e finalmente morto após ficar 40 horas encurralado.

Pedido de extradição

Nesta sexta-feira, a ministra do Meio Ambiente do Zimbábue, Oppah Muchinguri, pediu a extradição do dentista norte-americano. "Pedimos às autoridades competentes sua extradição ao Zimbábue para que possa ser julgado pelas infrações que cometeu", declarou Muchinguri em uma coletiva de imprensa. Ela também lamentou que Palmer não tenha sido preso no país, "já que havia fugido aos Estados Unidos" quando o escândalo estourou.

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