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Guiné-Bissau

Guiné-Bissau vive maior greve da sua história

A Função Pública da Guiné-Bissau iniciou esta segunda-feira uma greve geral de cinco dias para reclamar o pagamento dos salários em atraso e protestar contra a falta de diálogo das autoridades com as organizações sindicais.

Habitualmente animado, o mercado de Bandim, em Bissau, estava hoje praticamente deserto
Habitualmente animado, o mercado de Bandim, em Bissau, estava hoje praticamente deserto Liliana Henriques
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Apresentada pelos sindicatos que a promovem, União Sindical Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG) e Confederação Geral dos Sindicatos Independentes (CGSI), como uma "resposta pelo sofrimento dos trabalhadores, esta é considerada "a maior greve na história do país".

Embora os sindicatos admitam que o movimento possa ser levantado se forem pagos, pelo menos, dois salários em atraso na função pública, se agentes policiais deixarem de "extorquir motoristas" e se for aberta uma discussão em volta dos subsídios em atraso, por enquanto tal não parece estar a ser equacionado. Com efeito, contactos hoje entre sindicalistas e representantes do governo não produziram consenso, as conversações devendo continuar esta terça-feira. Até là, as ruas de Bissau permanecem vazias, como num dia feriado, conforme relata o correspondente da RFI, Mussa Baldé.

01:23

Mussa Baldé, correspondente da RFI em Bissau

Paralelamente, tem continuado também a dar que falar o caso dos 74 "Sírios" ilegais que terão alegadamente embarcado à força de Bissau num avião da TAP para Lisboa no passado dia 10 de Dezembro. Este caso que levou a TAP a suspender os seus voos entre Bissau e Lisboa, também levou o Ministro Guineense dos Negócios Estrangeiros, Fernando Delfim da Silva, a entregar a sua carta de demissão na sexta-feira passada.

Desde então as repercussões deste sismo diplomático não param de se fazer sentir. O ministro dos Negócios Estrangeiros Português, Rui Machete, considerou hoje que este incidente "Foi um acto muito próximo dos actos de terrorismo, portanto, que tem exactamente os mesmos objectivos e naturalmente põe em causa a segurança das pessoas". O chefe da diplomacia portuguesa adiantou que todos os parceiros europeus partilham da "preocupação" do executivo português, referindo ainda que espera que a Guiné-Bissau "dê garantias suficientes" para que a ligação aérea da TAP possa ser retomada.

Por sua vez, em comunicado hoje, o representante do Secretário-geral da ONU em Bissau, José Ramos-Horta, declarou querer conhecer os responsáveis pelo incidente e considerou que "o eventual envolvimento das autoridades Bissau-Guineenses neste caso é motivo de grande preocupação, sobretudo no actual quadro de tentativa de retorno à ordem constitucional, em que as condições de segurança são fundamentais".

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