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Cabinda / Togo

Justiça angolana criticada por togoleses

"Farsa" é o termo utilizado por várias personalidades togolesas, para classificar o processo que culminou na condenação a 24 anos de prisão de José António Puati, acusado de implicação directa no atentado contra a selecção togolesa de futebol nas vésperas do inicio do CAN 2010.

Cabinda, mascote do CAN 2010
Cabinda, mascote do CAN 2010 AFP
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Quase um ano após o atentado na região de Massabi, Enclave de Cabinda, contra o autocarro da selecção togolesa de futebol, várias personalidades togolesas insurgiram-se nesta quinta-feira (30/12/2010) contra o acórdão proferido na véspera pelo Tribunal Provincial de Cabinda, que condenou a 24 anos de prisão o cidadão congolês José António Puati, acusado de implicação directa no atentado contra a selecção togolesa de futebol a 8 de Janeiro 2010.

Este ataque, do qual resultaram oficialmente três mortos (2 togoleses e 1 angolano), foi reivindicado por Rodrigues Mingas, secretário-geral das Forças de Libertação do Estado de Cabinda/Posição Militar, uma das facções dos independentistas de Cabinda, à qual José António Puati nega pertencer.

O jornal desportivo português Record, na sua edição on line de 30/12/2010, refere que uma fonte da Federação Togolesa de Futebol, afirmou à agência France-Presse, que “houve muita ligeireza no tratamento deste caso, que foi pouco realista”  e cita ainda Aimé Ekpe, secretário-geral da Associação dos Jornalistas Desportivos do Togo que afirma “temos a sensação de que as autoridades angolanas queriam apresentar culpados por qualquer meio, sem fazer uma verdadeira investigação, para deter os verdadeiros autores do ataque”.

Segundo o jornal Record, o antigo futebolista internacional togolês Espoir Yedi Bawona, garante por sua vez  que a sentença “não satisfaz os togoleses, pois não acabou com as dúvidas suscitadas pelo ataque sofrido pela selecção togolesa" e que o Togo e os familiares das vítimas, deveriam insistir para que avance a denúncia judicial contra a FLEC/PM, apresentada pela CAF e pelo governo de Angola, para que os verdadeiros autores do ataque e seus cúmplices sejam detidos.

FLEC/PM

Em comunicado datado de 30/12/2010, o general João Médeo Balo "Vencer", Chefe de Estado Maior da FLEC/PM, afirma que o processo contra José António Puati "foi uma paródia, que este foi acusado abusivamente após confissões sob tortura, e que se trata de um simples civil, desconhecido dos efectivos militares da FLEC/PM".

De salientar que o secretário-geral da FLEC/PM, Rodrigues Mingas, nascido em Cabinda e naturalizado francês, está neste momento sob controlo judiciário em França, onde reside, após ter sido indiciado pelo Ministério Público francês de "associação criminosa em relação com organização terrorista".

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