Amnistia Internacional acusa o Senegal de tortura
A Amnistia Internacional publicou, esta quarta-feira, um relatório sobre o Senegal. No documento a organização acusa as autoridades policiais senegalesas de violação dos direitos humanos.
Publicado em:
O relatório baseia-se em investigações feitas no terreno entre 1998 e 2010 e relata fatos dos últimos trinta anos. De acordo com a Amnistia Internacional a polícia do Senegal não tem mãos a medir no que toca a tortura. Há casos de eletrocussão, queimaduras e asfixia. Práticas sobre as quais recaem a impunidade e a conivência do poder político e do poder judicial.
Nos últimos três anos, pelo menos, seis pessoas detidas morreram, explicitamente vítimas de atos de tortura. Destes seis casos, contam-se quatro sobre os quais nunca foi aberto um inquérito e dois em que os inquéritos não tiveram qualquer tipo de seguimento.
Segundo a Amnistia Internacional, as leis adotadas no país para garantir o direito à justiça não são aplicadas. Alias, a maior expressão do desprezo das autoridades senegalesas pelo respeito da legislação, é exemplificada na pessoa de Hissène Habré, o ex-chefe de estado do Chade. O antigo ditador chadiano acusado de crimes de guerra, crimes contra a humanidade e de atos de tortura, encontra-se refugiado no Senegal desde 1990. E o que é facto, é que o presidente senegalês, Abdoulaye Wade, procura de forma continua desculpas para não o entregar à justiça.
Sobre o assunto a RFI ouviu Pedro Krupenski, diretor executivo da delegação da Amnistia Internacional em Portugal.
Pedro Krupenski, diretor executivo da delegação da Amnistia Internacional em Portugal 15/09/10
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro